sexta-feira, 24 de agosto de 2012

MINISTRO DECANO DO STF IRÁ SE APOSENTAR


O decano do STF, ministro Celso de Mello confirmou que irá se aposentar mesmo podendo ainda ficar mais quatro anos na Corte. 

Em entrevista ao matutino Folha de S.Paulo, o ministro comenta que recebeu um sinal amarelo dos médicos: trabalhando 14 horas por dia e dormindo apenas três, poderia "pifar".

Na última esta sexta-feira, 17, o decano – que hoje tem 66 anos - comemorou 23 anos de corte.

Veja a íntegra da entrevista.

Folha - Afinal, o senhor vai ou não se aposentar? As informações já publicadas são desencontradas.

Celso de Mello - Essa era uma ideia que eu repelia liminarmente. Mas agora ela me ocorre e eu já venho aceitando. É possível então que logo, logo, eu me aposente.

F- Quando?

CM - Talvez no início do ano que vem. Não é uma decisão já tomada. É um processo ainda em curso.

F - Mas por que, se o senhor ainda teria quatro anos de tribunal?

CM - Estou com problemas na coluna e na perna. Sou obrigado a fazer pequenos percursos de carro. Às vezes, mal consigo ficar em pé. Tenho dores e logo preciso me sentar. Tanto é que eu nem saio [das sessões de até seis horas em que os advogados dos réus do mensalão defendem seus clientes]. Prefiro ficar o tempo todo lá.

F - Segue recomendação médica?

CM - Em dezembro do ano passado, na posse da ministra Rosa Weber no Supremo, minha pressão foi lá em cima. Fui ao médico, que me disse que era preciso reduzir o ritmo. Nos últimos dois anos, tenho trabalhado 14 horas por dia e dormido apenas três. Não tem sentido. Então a aposentadoria é uma ideia que eu agora acolho com naturalidade. Já não a rejeito liminarmente. Ao contrário.

F - E por que o senhor não estabelece um prazo?

CM - Porque, como eu já disse, é um processo em andamento. Primeiro tenho que definir o que vou fazer antes de sair do Supremo. Hesito em levar a cabo logo a decisão porque não saberia ficar parado.

Fonte: Migalhas

23 anos não são 23 dias. Embora a cabeça continue jovem, o corpo reclama o peso da responsabilidade de compor a Corte Suprema por tanto tempo. Infelizmente ministro, a sua partida mais cedo ou mais tarde restará consumada. Nos resta aguardar a substituição de V. Exa., fazendo votos que ela seja rápida e que o sucessor venha imbuído na missão de honrar a cadeira do nobre antecessor.   

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