terça-feira, 9 de julho de 2013

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA RECEBEU R$ 580 MIL EM BENEFÍCIOS ATRASADOS

O ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, recebeu R$ 414 mil do Ministério Público Federal por conta de controverso bônus salarial criado nos anos 90 para compensar, em diversas categorias, o auxílio-moradia concedido a deputados e senadores.

De acordo com reportagem do repórter Rubens Valente publicada neste domingo (7/7) no jornal Folha de S.Paulo, o benefício — Parcela Autônoma de Equivalência (PAE) — já foi pago a 604 membros do Ministério Público Federal, incluindo Barbosa. Ao todo, o pagamento consumiu R$ 150 milhões.

Barbosa foi nomeado ministro do Supremo em 2003, durante a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. Antes disso, foi membro do Ministério Público Federal durante quase 20 anos. Trabalhou em Brasília de 1984 a 1993, e no Rio de Janeiro de 93 a 2003.

Na década de 1980, Joaquim Barbosa, além dos trabalhos no MP, recheou sua carreira acadêmica: de 1988 a 1992 cumpriu seu programa de doutoramento em Direito Público na França, na Universidade de Paris-II (Parthenon-Assas). Entre 1980 e 1982, concluiu seu mestrado na Universidade de Brasília. O ministro também coleciona títulos de pós-graduação, todos de faculdades de Direito no exterior.

O pagamento dos benefícios correspondem ao período em que o presidente do Supremo esteve no Ministério Público. Não é ilegal, mas é bastante contestado. O próprio Joaquim Barbosa se posicionou contra ao analisar o pagamento de auxílio-alimentação a magistrados de oito tribunais, no CNJ. Na ocasião, ele classificou como esdrúxula e inconstitucional a resolução do CNJ que permite este tipo de benefício. Joaquim Barbosa chegou a ironizar, dizendo que que "não cabe a cada estado estabelecer auxílio-moradia, auxílio-funeral ou auxílio-paletó".

Como ministro do STF, Barbosa foi relator de pedido da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) que buscava reconhecimento do direito dos juízes ao auxílio-moradia. Ao negar a liminar, o ministro escreveu que o auxílio "não serve para complementar a remuneração do magistrado federal, mas sim para indenizá-lo por despesas que surgem da sua designação para o exercício em localidade distante".

Licença-prêmio

Além desse auxílio, o presidente do STF recebeu, em 2007, R$ 166 mil (ou R$ 226,8 mil, em valores corrigidos) mediante a conversão em dinheiro de 11 meses de licenças-prêmio não gozadas. A licença refere-se ao período em que ele estava afastado no exterior estudando: nove dos 19 anos dele no MP

Esse benefício, não mais em vigor, permitia que um servidor recebesse três meses de folga a cada cinco anos de vínculo empregatício. A ideia era estimulá-los a efetivamente tirarem as folgas, mas muitos, como Barbosa, preferiram não usá-las, deixando que elas se acumulassem.

Em outubro de 2007, o Conselho Nacional do Ministério Público autorizou a conversão em dinheiro, no ato da aposentadoria, das licenças-prêmio e férias não gozadas. Somando os dois benefícios, o presidente do STF recebeu do Ministério Público Federal R$ 580 mil referentes ao período em que ele foi procurador. Corrigido pelo IPCA, o total atinge R$ 704,5 mil.

Sem ilegalidades

A assessoria do STF informou que Barbosa, após ser empossado na corte, "viu-se impossibilitado" de tirar licenças a que tinha direito e "requereu, com êxito, ao procurador-geral da República" o pagamento delas, o que teria sido feito também "por antigos membros do MPF que ingressaram na magistratura".

A resposta é diferente da fornecida pela Procuradoria Geral da República, que afirmou: "A conversão do saldo de licença-prêmio não foi feita a pedido do servidor, mas por decisão administrativa".

Sobre a PAE, o STF informou que "o presidente esclarece que não recebeu nada ilegal, e nada além do que foi recebido por todos os membros do Judiciário do país, do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União". 

Fonte: Conjur

Um comentário:

  1. impressionante o quem tem de gente que esconde a idiotice atrás do racismo, realmente é melhor se reconhecer como racista do que reconhecer-se como um idiota....Um Magistrado que relata com detalhes minuciosos um dos maiores e mais complexos esquema de corrupção já existente em nosso país "encabeçado então pelo presidente da republica da época", não precisa ser endeusado, mais deve ser respeitado por qualquer sujeito por menos razoável que seja , eu disse razoável porque, fora disso o comentário só pode soar como racismo.

    Quem acompanhou o julgamento pode ver a dificuldade com que os ministros votaram, alguns deles não foram capazes ou não tiveram coragem de condenar o bando de safados escondendo atrás de sabemos lá do quê.

    Agora o responsável pela enorme e vergonhosa ação de corruptos que atuam no poder publico, é a pessoa que deu um dos passos mais importante na escala contra a corrupção neste pais; porque recebeu, vejam bem, recebeu legalmente segundo informações da própria FOLHA conforme está colado aqui " jornal destaca que Barbosa, conhecido por criticar os gastos do Judiciário, recebeu o benefício chamado de PAE (Parcela Autônoma de Equivalência), o qual já foi repassado para 604 membros do Ministério Público Federal
    Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2013/07/07/barbosa-recebeu-r-580-mil-em-beneficios-atrasados-diz-jornal.htmi " . aí me vem estes idiotas tumultuar, isso é uma vergonha!

    O cidadão é Presidente de um dos mais importante Órgão Publico da Republica, não sei se tem capacidade ser Presidente do Executivo, dai jogar o cidadão na lama. Os brasileiros não precisam disso, isso soa como despeito e inveja, existem muitas pessoas que além do dom imbecilidade, também estão cheias de inveja, avareza e soberba.

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